Mais que um item de coleção.
Recentemente, as mídias digitais foram agitadas pelas declarações irresponsáveis de um youtuber conhecido como Monark, apelido de Bruno Aiub, um adulto de 31 anos de idade. Com mais de 3 milhões de seguidores, o rapaz se empolgou, ligou o piloto automático e falou muita bobagem sobre o Nazismo [1].
Embora eu não veja com bons olhos uma regulamentação das mídias, em particular, aquelas de natureza digital, não tenho dúvidas que Monark tem de ser responsabilizado pelo que disse em alto e bom tom lá no Flow, do qual já não faz mais parte.
Porém, não é sobre isso que pretendo abordar nesta publicação.
Fiquei grilado com toda essa confusão e me pergunto o que nós, colecionadores e estudiosos do Terceiro Reich, podemos contribuir com a prevenção desse tipo de absurdo, tão comum aqui no Brasil. Pois, não foi a primeira vez (nem a última) que uma pessoa com visibilidade midiática escreveu ou falou disparates sobre o Nacional-Socialismo.
Da minha parte, aposto na boa e velha divulgação filatélica, através de publicações com boas descrições e contextualizações dos itens que possuímos em nossas coleções. Mais que itens colecionáveis, eles são fontes históricas que podem contribuir com a compreensão desse aspecto tão doloroso da história.
Parteitag Grossdeutschland.
Entre 1923 e 1938, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, doravante identificado pela sigla NSDAP, promoveu e realizou onze encontros nacionais, conhecidos em língua portuguesa como as Reuniões de Nuremberg. Em alemão, esses eventos eram chamados Reichsparteitag der NSDAP.
De 5 a 12 de setembro de 1938, foi realizada a 11a. e última Reunião de Nuremberg, com o tema "Grande Alemanha", em comemoração à anexação da Áustria poucos meses antes.
De acordo com Alan Wikes:
"Cada um dos oito dias da reunião tinha seu tema: Boas-vindas, Congresso, Trabalho, Camaradagem, Política, Juventude, Tropas de Assalto (SA) e Forças Armadas. Houve paradas, apresentações, desfiles à luz do Sol e marchas aos archotes, revistas, jogos, reuniões, exposições, inspeções e discursos. Tudo isso envolveu um milhão de pessoas e custou um milhão de Libras" [2].
Como em outros eventos ligados ao movimento/regime nazista, não faltaram os mais variados suvenires, a exemplo dos cartões e das marcas postais, como nas imagens a seguir.
A figura acima representa uma fotografia das arquibancadas e do púlpito em que Adolf Hitler discursava durante as Reuniões de Nuremberg, em um local denominado Zeppelinwiese. Era também uma das áreas de desfile das organizações nazistas e das forças armadas durante os congressos. Apesar de abaladas pela Segunda Guerra Mundial e pelo tempo, as arquibancadas e a tribunas estão de pé até hoje, sendo um controverso espaço de memória entre os alemães.
Parabéns duas vezes. Pelo comentário do influencer (bad influencer!) e a preocupação que nós, filatelistas podemos fazer para que o nazismo nunca mais apareça em qualquer parte do mundo (além de outras mazelas). E segundo, pela descrição do cartão. Voltando ao primeiro tópico, para entender e repudiar o nazismo mostremos a tomada de Varsóvia, ou a vida nos campos de Treblinka ou Auschwitz. Mostrarmos a crueldade sem poesia, nua, e fazer com que as pessoas se sintam, por um momento como as vítimas. Eu tenho um artigo publicado sobre Anne Frank. Visitei a casa em que ficaram escondidos. Eu apenas queria sentar no chão e chorar. Esse é o sentimento que a Filatelia tem que produzir nas pessoas sobre esse tema. Nazismo, nunca mais.
ResponderExcluirRoberto Aniche