Em fevereiro de 1945, ocorreu a tomada de Monte Castello por efetivos da 1a. Divisão de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira - FEB.

Ao avaliar esse fato, o falecido brasilianista Frank D. McCann (1993, p. 277) concluiu que:

"[...] sem dúvida nenhuma, muito foi feito em Monte Castelo pelos febianos e pelos militares brasileiros. Para eles, o engajamento bem-sucedido teve grande importância simbólica. Sua participação na conquista de Belvedere-Castelo convenceu os brasileiros de que eles estavam à altura da tarefa a que tinham se lançado [...]. O fato é que a FEB e a 10a. Divisão de Montanha dos Estados Unidos foram efetivas na operação conjunta que desalojou os alemães de elevações importantes, permitindo, assim, que a ofensiva de primavera fosse desencadeada. Se uma das divisões tivesse falhado, a ofensiva teria sido adiada".

É consenso entre os autores da literatura histórica sobre a FEB, que sua criação e envio ao T.O. italiano foram resultados de uma iniciativa brasileira.

"[...] a FEB foi uma ideia brasileira, que resultou de um plano deliberado do governo Vargas e não de uma manobra americana para envolver o Brasil diretamente em combate", explica McCann (1993, p. 270). Para Vagner Camilo Alves (2006), apesar da FEB ter envolvido instituições e pessoas de diversas procedências e países, foi Getúlio Vargas (1882-1954) quem "bateu o martelo" para sua criação.

Uma justa homenagem.

Em Santa Catarina, inúmeros cidadãos-soldados serviram na FEB e participaram de operações de guerra significativas, a exemplo da tomada de Monte Castello. A experiência militar brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), através da FEB, faz parte das memórias familiares e municipais no estado.

Em outubro de 2018, o Clube Filatélico Brusquense homenageou os ex-combatentes de Brusque e região, através da emissão de um belo selo postal personalizado. Trata-de de uma emissão de 1. Porte Nacional para Cartas Comerciais, ilustrada com o emblema da FEB, "cobra fumando", tendo ao fundo, um mapa do T.O. italiano, com destaque para as regiões de Monte Castello e Montese, cidade esta em que ocorreu o combate urbano que resultou no maior número de baixas entre os combatentes brasileiros.

A emissão foi acompanhada por uma belíssima folhinha filatélica produzida pelo Clube Filatélico Brusquense sobre a qual foi fixado um exemplar do selo postal personalizado, "amarrado" com um carimbo datador de 29 de outubro de 2018, da Agência Central de Brusque.

Frente da folhinha comemorativa. Coleção do autor.

Já o verso da folhinha, figura 2, foi ilustrada com o emblema da "cobra fumando" sobre o qual foram listados dos ex-combatentes de Brusque e região, um total de 48 pessoas, muitas das quais descendentes de alemães e italianos, como sugerem os sobrenomes "Bianchessi", "Maestri", "Moritz" ou "Stoll", além dos brasileiros "Gonzaga" e "Oliveira".

Verso da folhinha comemorativa. Coleção do autor.

Referências.

ALVES, Vagner Camilo. Armas e política: o Exército e a constituição da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Anais do 30. Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 24-28 out., 2006, p. 1-21.
McCANN, Frank D. A Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália (1944-1945). In: SILVEIRA, Joel; MIRTKE, Tássilo (orgs,). A luta dos pracinhas: a FEB 50 anos depois, uma visão crítica. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1993.

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